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domingo, 6 de setembro de 2020

Um Olhar para Fora e Um Olhar para Dentro

 


Tenho trabalhado de uma forma recorrente com o conceito de mundo exterior e mundo interior.

Normalmente somos educados a olhar apenas para fora e até ignoramos que existe um mundo interior.

Da pré escola à universidade  e depois a vida profissional como um todo, sempre estamos estudando, aprendendo, aprimorando a respeito de como se dar bem na vida, ser pessoas de sucesso.


Não somos ensinados a olhar para as nossas emoções, crenças, pensamentos, sentimentos, medos, inseguranças, raivas, ansiedades, tristezas, alegrias, estados de pessimismo e otimismo, enfim para o mundo interior.

Às vezes, quando as pessoas tiram um tempo para si mesma, para meditar ou qualquer outra atividade que a leva para dentro, elas se justificam e muitas olham isso como uma perda de tempo.

É natural investirmos na troca de um carro, na compra de um objeto, numa viagem,  ficarmos meses pagando uma prestação de algo... e totalmente estranho e difícil investir em auto conhecimento.

Somos condicionados a buscar tudo fora e inclusive DEUS e a espiritualidade, como se tudo fosse uma mercadoria.


O resultado é que sabemos muito pouco a respeito de nós mesmos, e o acumulo de coisas, não preenchem o vazio interno, e uma simples dor nos deixa preocupados.

O que sabemos realmente a respeito da nossa existência?  Do nosso propósito? Para que estamos aqui?

Não sabemos como lidar com as nossas emoções, pensamentos, sentimentos, frustrações, dores e fugimos delas e quando isso nos atrapalha  no mundo exterior, queremos logo engolir um remédio, que tire esses sintomas...

É necessário desenvolvermos também um olhar para dentro, equilibrar o mundo exterior com o mundo interior, o conhecimento com o autoconhecimento e é dessa forma que realmente poderemos ser felizes e ter uma vida mais plena e cheia de sentidos.

E quando se fala de mundo interior e exterior, não há como separar esse dois mundos, eles se entrelaçam.


 O fato de não sabermos algo, não significa que essa realidade não existe, apenas que a ignoramos.

A meditação é um caminho para olhar para dentro e é normal as pessoas confundirem meditação com práticas meditativas.

Prática meditativa é quando você tira alguns minutos do seu dia para treinar a sua atenção, e a verdadeira meditação, é quando todos os minutos do seu dia a dia , esta inserido no que estou chamando aqui em um olhar para dentro e um olhar para fora.

O olhar para fora é o olhar atento para as nossas atividades,  relacionamentos, compromissos e obrigações e o olhar para dentro, é a observação  curiosa do que acontece dentro de nós e para que acontece, quando estamos nos relacionando com o mundo exterior.

Mas, o objetivo é aproximar cada vez mais de você esse texto e para isso vou recorrer de uma vivência interessante que  tive no meu dia a dia.

Já fazia alguns dias ou semanas, que havia um peso energético no ambiente de trabalho.
Esse peso estava presente por razões externas e pela forma como cada um canalizava e trabalhava essa energia e informação.




Essa energia de ambiente  e de pessoas nos influência de forma diversa se quiser saber mais  sobre isso, veja o conteúdo desse link - A quem pertence isso 3 ? E o inconsciente coletivo .

Esses dias essa energia que pairava no ambiente que poderia rotular para melhor entender o texto, como de insatisfação começou a ser canalizada de uma forma mais direta para mim, em tom de brincadeira.


Primeiro dia - dilui a situação de uma forma mais leve.
Segundo dia - já senti uma peso maior e um incômodo e fiz alguns movimentos internos, utilizando a ferramenta do EPASI .
Terceiro dia - essa energia foi canalizada de uma forma mais direta ou pessoal.
Como era um ambiente público, várias pessoas, externamente foi melhor ignorar novamente.

Ficou um misto de uma certa raiva e tristeza no meu espaço interior, andando em círculo, remoendo e os movimentos internos que eu fiz para desfazer foram inúteis.

Do caminho do trabalho à casa,  resolvi olhar mais de perto esses sentimentos, ao invés de querer apenas me livrar deles.

- O que estou sentindo? 
- Raiva e tristeza.
Por que estou sentindo isso? 
-  Pela forma com que estou sendo tratado ...  veio uma série de razões e justificativas.

- Olhei para tudo isso com muita curiosidade e atenção e sem julgamentos.

- Tudo bem! Eu tão pouco era responsável pelo que estava acontecendo. A pessoa que canalizava aquela insatisfação para a minha pessoa, era apenas uma válvula de escape dela, frente a algo maior, e hierarquicamente tão pouco tinha ela o direito de querer cobrar algo e eu de dar alguma satisfação, mas porém -  porque apesar de ter visualizado tudo isso, porque continuava dentro de mim esse estado de aborrecimento?
- ???
- Fiz uma outra pergunta para mim mesmo?
- Entendo o porque estou aborrecido com tudo isso, mas - para que tudo isso?
- Essa pergunta me remeteu para um olhar mais aprofundado para o meu interior.


- De pronto veio a resposta...
- Não gosto de ser  julgado e vigiado e a sensação que eu tenho, é que isso que esta acontecendo sempre que eu chego ...
- Sem julgamentos apenas ouvi aquele sentimento como estivesse ouvindo alguém...



- Foi como esvaziar um balão.
- Aqueles sentimentos  sumiram e ficou tudo muito leve.
- O que eu fiz foi apenas ouvir o que estava por de trás do sentimento inicial e ao ver, reconhecer e acolher se resolveu.

- Mas pensei!!! Agora será interessante eu fazer um outro movimento e buscar  a origem disso, quando surgiu, para que surgiu esse incomodo de sentir julgado.

- Não ! 
Primeiro vou estudar dentro de mim o efeito desse movimento, irei ver  e depois se for necessário, irei aprofundar.

Quarto dia - fui para o  trabalho, com uma curiosidade muito grande. 
Estava um pouco ansioso, para estudar dentro de mim o efeito do  trabalho do dia anterior.
- Qual será o resultado ?
- Como irei me sentir ?
- Ao chegar próximo do ambiente o meu coração bateu mais forte de expectativas, para ver o que ia acontecer dentro de mim.

- Não aconteceu nada. 
Tudo tranquilo. 
Ao fazer o movimento interior, havia corrigido uma vulnerabilidade interna, e ao corrigir a vulnerabilidade interna, não precisava mais de uma situação externa para mostrar para mim.

Apenas compreendi mais a fundo, que quando um comportamento de alguém nos incomoda, é um convite para olhar para dentro, porque isso nos leva ao autoconhecimento e ao aprimoramento das nossas capacidades internas.

Finalizando ... até que enfim... o que eu fiz foi trazer um principio que treinamos durante uma técnica meditativa, para o dia a dia, para os nossos relacionamentos.
Fiz isso como?

Sem parar para fazer enquanto retornava para casa.

Um olhar para fora e um olhar para dentro e vice e versa, essa é a meditação aplicada ao autoconhecimento e ao conhecimento, no dia a dia de uma forma simples.



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