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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Observação



Interrogante: Você nos diz para observarmos nossas ações na vida diária, mas qual é a entidade que decide o que observar e quando?

 Quem decide se a pessoa deveria observar? 

 Krishnamurti: Você decide observar? Ou você simplesmente observa? Você decide e diz, “Eu vou observar e aprender”? 


Porque então vem a pergunta: “Quem está decidindo?” É a vontade que diz, “Eu devo”? E quando isto falha, ela se castiga e diz, “Eu devo, devo, devo; nisso há conflito; portanto, o estado da mente que decidiu observar não é de fato observação. 


Você está andando por uma rua, alguém passa por você, você observa e pode dizer para si mesmo, “Como ele é feio; como ele cheira; quero que ele não faça isso ou aquilo”. Você está consciente de suas reações ao passante, está consciente que está julgando, condenando ou justificando; você está observando.

 Você não diz, “Eu não devo julgar, não devo justificar”. Ao estar consciente de suas reações, não há de fato decisão. 

Você vê alguém que lhe insultou ontem. Imediatamente você está pronto para a luta, fica nervoso ou ansioso, começa a não gostar; estar consciente de seu desgosto, estar consciente de tudo isso, não “decidir” estar consciente. 

Observar, e nessa observação não há nem o “observador” nem o “observado” – existe apenas a observação acontecendo.

O “observador” só existe quando você acumula na observação; quando diz, “Ele é meu amigo porque me elogiou”, ou, 

“Ele não é meu amigo, porque disse alguma coisa desagradável sobre mim, ou alguma coisa verdadeira de que não gosto”. Isso é acumulação através da observação e essa acumulação é o observador. 


Quando você observa sem acumulação, então não há julgamento. 

Você pode fazer isto o tempo todo; nessa observação naturalmente certas decisões definidas são tomadas, mas as decisões são resultados naturais, não decisões feitas pelo observador que acumulou. 

J.Krishnamurti - http://goo.gl/Apmfl2

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