Todos conhecem gente com alguns dos traços que caracterizam um narcisista perverso – para não dizer nós mesmos. Estão alinhados com a sociedade do “eu”, que é calcada na ambição, conquista, autoconfiança, autopromoção e autoestima. E na qual temos, literalmente sempre à mão, uma ferramenta para registrar e mostrar à plateia nossos feitos, que serão curtidos, comentados, compartilhados.
Tudo isso engloba o narcisismo, mas não necessariamente a doença: ela só existe quando cinco ou mais das características descritas no DSM-5 (sigla em inglês para Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) se manifestam de forma consistente a partir da idade adulta. Sendo assim, aquele chefe que tanto se acha pode ser só um babaca. Ou, de fato, um narcisista perverso, caso manipule pessoas e situações a seu favor, acredite ser essencial para a existência da empresa (ou do mercado) e humilhe quem está a sua volta para garantir destaque.
"Para essas pessoas, o céu é o limite. Elas vão acabar com tudo o que significa a existência do outro, e o efeito é devastador: uma das relações mais destruidoras que pode existir para qualquer ser humano”, resume a psicóloga Silvia Malamud , especializada em tratar vítimas de narcisistas perversos.
É tão grave que, ao comparar características desses agressores com as de um psicopata, a especialista cita poucas diferenças.
Basicamente, o psicopata não desiste do alvo, enquanto o narcisista pode substituí-lo – não sem antes resistir ou abusar da manipulação. “As ações do perverso também podem levar à morte. Ele vai eliminar tudo o que constituiu o outro: sua moral, sua estética, seu trabalho e por aí vai. É comum a vida da vítima entrar em colapso”, continua.
Agradeça se nunca experimentou esse extremo do narcisismo nas relações pessoais.
No texto “Uma Violência Silenciosa: Considerações Sobre a Perversão Narcísica”, o filósofo e psicanalista André Martins explica que, nessa situação, o fortalecimento do ego do agressor passa pela desvalorização do outro.
A violência é velada, não assumida e negada pelo narcisista, que dá um jeito de inverter papéis e fazer o outro se sentir culpado. “Embora sempre tenha existido, essa perversão talvez encontre na cultura contemporânea um terreno fértil, mais comum do que poderíamos supor. Não é explícita, mas imiscui-se no dia a dia, nas pequenas relações, nos pequenos atos, tendendo a passar despercebida”, explica, reforçando que a violência não é necessariamente física e pode estender-se por um longo tempo.
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